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Sementes de Leucena
Leguminosae - Mimosoideae
Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit
Nomes Populares: Leucena, Leocena, Leucaena, Leucaina.
Ocorrência: A leucena é originária da América Central, de onde se dispersou para outras partes do mundo devido a sua versatilidade de utilização, podendo ser empregada para forragem, produção de madeira, carvão vegetal e melhoramento do solo. Nas regiões tropicais, em solos férteis bem drenados esta leguminosa pode produzir, de forma barata, elevadas quantidades de proteína para serem empregadas na alimentação animal. É uma planta altamente palatável para o gado, e sua tolerância à seca é de grande relevância para ser empregada nos sistemas de alimentação do rebanho no Brasil Central. A leucena mantém-se verde na estação seca, perdendo somente os folíolos em secas muito prolongadas ou com geadas fortes. A planta apresenta um sistema radicular profundo, com poucas raízes laterais, que ocorrem em pequeno número, próximas à superfície do solo e que portam nódulos fixadores de nitrogênio com 2,5 a 15 mm de diâmetro e com formato freqüentemente multilobado.
Morfologia: As folhas são bipinadas, com 15 a 20 cm de comprimento, apresentando quatro a dez pares de pinas, cada uma com cinco a vinte pares de folíolos em cada pina. Cada folíolo apresenta 7 a 15 cm de comprimento e 3 a 4 mm de largura. A inflorescência é globosa e solitária, sobre um pedúnculo com mais de 5 cm de comprimento, apresentando numerosas flores brancas. As flores da leucena formam inflorescências brancas, redondas e geralmente são de auto polinização, que resultam em cachos de vagens. As vagens são estreitas e achatadas, com 20 em de comprimento e 2 cm de largura, acuminadas, portando 13 a 20 sementes. As sementes são elípticas, comprimidas e de cor marrom.
Desempenho em Animais: Na Austrália, vacas Jersey mantidas em pastagens de panicum + leucena, produziram, sem suplementação de concentrados, 6.290 kg de leite/ha, a uma taxa de lotação de 4,78 vacas/ha. Em Parnaíba, litoral do Piauí, vacas girolandas produziram, em média, 8,89 kg de leite/dia e 2.271,22 kg de leite em 293,56 dias de lactação, quando pastejavam capim-elefante e leucena (banco de proteína).Quanto aos ganhos de peso, são registrados na literatura, em bovinos, em torno de 500 a 900 g/an/dia. Em Nova Odessa, São Paulo, bovinos da raça nelore ganharam 562g/an/dia quando pastejavam brachiaria e tinham acesso a banco de proteína de leucena. Em Sergipe, ovinos da raça Santa Inês obtiveram 41% no ganho de peso vivo quando pastejavam capim colonião e recebiam, no cocho, suplementação 1 kg/cab/dia de leucena fresca.
Manejo Destinado ao Corte: Em sistema de corte, a utilização da leucena poderá ser iniciada seis a oito meses após a semeadura. A altura de corte pode ser efetuada até o mínimo de 15-20 cm acima do nível do solo, podendo, inclusive, ser utilizada colheita mecânica. Entretanto, o corte a 75 cm de altura aumenta a capacidade de rebrota e a produção. Quanto à freqüência de cortes, esta será determinada em função da máxima produção de forragem (hastes finas + folhas + vagens) e a intensidade de desfolha deve possibilitar que a planta se recupere adequadamente durante o intervalo entre cortes. Cortes a cada 90 dias normalmente garantem a manutenção contínua da produtividade, sendo que, nos meses de crescimento rápido (primavera e verão), podem ser mais freqüentes (cada 75 dias ou menos). No outono e inverno, o intervalo entre cortes deverá ser aumentado para até quatro meses, dependendo das condições climáticas locais.
Manejo Silvipastoril: Sistema silvipastoril é o sistema de manejo do solo que se caracteriza por integrar, na mesma área física,pastagens, animais e cultivos arbóreos. As árvores são componentes tradicionais de pastagens cultivadas, mas, ultimamente, a importância de sua presença em sistemas de produção animal a pasto tem sido reconhecida em função dos vários benefícios que são obtidos para o meio ambiente, para os animais e para a própria pastagem. Este fato tem sido percebido em vários países que têm utilizado os sistemas agroflorestais (associação de árvores com culturas agrícolas anuais, perenes e ou com pastagens).
Informações Complementares: A leucena (Leucaena leucocephala) é uma espécie de rápido crescimento, chegando a crescer até três metros de altura no primeiro ano, e com grande capacidade de regeneração. O grande destaque da espécie recai sobre sua multiplicidade de usos: como madeireira, forrageira e como planta melhoradora dos solos, especialmente quando consorciada com outras culturas. Como madeireira, as variedades K8 e K72 da L. leucocephala basicamente não diferem entre si, apresentando densidade básica da madeira (620 kg/m³) superior a do Eucalyptus urophylla (540 kg/m³). A porcentagem de conversão de carvão é de 34,7% sobre o peso básico, com 81,0% de carbono fixo e 1,5% de conteúdo de cinzas. Como forrageira, a leucena é altamente palatável e de grande valor nutritivo. A folhagem e os frutos mais novos chegam a apresentar teores protéicos de 35%, enquanto na folhagem mais velha este teor fica em torno de 25%. Alguns autores australianos relatam que a folhagem de leucena é tóxica quando ministrada como alimento único por período prolongado, pela grande quantidade de mimosina existente na composição dessa forragem. Entretanto no Brasil a ocorrência de intoxicações é praticamente inexistente, devido a existência de bactérias que digerem satisfatoriamente a mimosina no rúmen dos animais. Como melhoradora dos solos, a espécie desenvolve-se em simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, as quais fixam até 400 kg/ha/ano de nitrogênio, associando-se também com fungos do gênero Mycorrhizae, que viabilizam a utilização do fósforo não disponível para a maioria das culturas.
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