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Mírian Inêz Goiás Pintura Paigem Barco Óleo Madeira 31x13 Cm

Ubicacion: Alfenas, Minas Gerais
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Mírian Inêz Goiás Pintura Paigem Barco Óleo Sobre Madeira 31x13x6 cm

Mirian Inêz da Silva (Trindade, Goiás, 1937 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996). Gravurista, pintora. Sua produção se caracteriza por duas fases bastante distintas. A primeira, dedicada à xilogravura, apresenta uma estética soturna, enquanto a segunda, voltada para a pintura, é marcada pela presença do branco e das cores.

Nascida em Trindade, Goiás, estuda na Escola Goiana de Artes Plásticas. Em 1960, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde frequenta o curso de pintura de Ivan Serpa (1923-1973)1, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Inicia a carreira como gravurista, produzindo xilogravuras que recebem reconhecimento da crítica e são expostas em duas Bienais Internacionais de São Paulo, em 1963 e 1967. No final da década de 1960, a artista abandona a xilogravura e passa a se dedicar à pintura, realizando a primeira exposição individual, em 1970. Sua produção é bem recebida no meio artístico, mas, a partir de certo momento, começa a ser identificada pela crítica como naïf. Em consequência disso, o trabalho da artista é colocado, por um longo período, à margem da história da arte brasileira.

No que diz respeito à temática, suas gravuras, caracterizadas por um ambiente soturno, estão ligadas à visualidade cotidiana, retratando cachorros, carros, santos, barcos, pessoas e suas casas. Com qualidade técnica, rigor no entalhe e adequação das formas aos veios da madeira, a artista realiza um trabalho que recebe influências do expressionismo, tendo sido associado por alguns críticos ao de Oswaldo Goeldi (1895-1961), no que diz respeito aos traços e ao tratamento da luz.

Já na pintura, os temas da artista são os aspectos da sociabilidade no meio rural e urbano, a cultura popular brasileira, a cultura de massas e as representações religiosas. Os temas religiosos, no entanto, muitas vezes se cruzam com a sensualidade em cenas que retratam trocas de olhares ou gestos impróprios, como o noivo que abraça a noiva, mas, ao mesmo tempo, toca o ombro da madrinha. Ou ainda no caso da nudez sensual de quadros como Adão e Eva (1992). É possível identificar uma inclinação feminista nas releituras de personagens como Lady Godiva2 ou no tratamento dado às vestimentas de imagens de Nossa Senhora. Santa Bárbara3, por exemplo, é uma das muitas personagens femininas fortes que são encontradas de modo recorrente na produção pictórica da artista. Estão presentes ainda a representação de artistas da música popular brasileira (MPB), como Raul Seixas (1945-1989) e Secos e Molhados, e personagens de romances ou do teatro, como Gabriela e Geni4. Em algumas pinturas as personagens são fruto de um imaginário que cria bichos em escalas improváveis, pessoas que flutuam, monstros e alienígenas.

Com a pintura, o trabalho da artista ganha luz e cor. Tendo como suporte tábuas de madeira recortadas, as pinturas apresentam uma estrutura geométrica nas bordas, que faz as vezes de moldura, e um espaços branco no centro, onde são representadas as mais variadas cenas. Há, portanto, uma tensão permanente entre duas ordens pictóricas distintas, uma geométrica e outra figurativa. As estruturas das bordas podem ser simplesmente faixas, nos limites superior, inferior e laterais, que emulam uma moldura de quadro, ou formas mais elaboradas, como cortinas ou símbolos de cartas de baralho. No centro, sobre o fundo branco, a artista pinta composições figurativas sintéticas, que concentram a narrativa em poucas personagens e possuem uma frontalidade associada aos ex-votos e estampas populares. As escolhas cromáticas enfatizam a tensão entre as duas ordens pictóricas na medida em que as molduras são feitas em cores escuras e tons baixos, enquanto as figuras sobre o plano branco possuem cores claras e vibrantes. As personagens em suas pinturas, sejam elas pessoas, bichos, monstros ou astros celestes, têm o rosto maquiado: as bochechas com blush, as bocas vermelhas e longos cílios.

Antes de estabelecer a linguagem pela qual costuma ser identificada, Mirian Inêz produz, entre os anos de 1960 e 1970, pinturas que apresentam um uso sofisticado da perspectiva, criando distorções na relação com o espaço arquitetônico. Uma das pinturas deste período, de título desconhecido e datada de 1968, representa uma noiva sentada em frente ao espelho de uma penteadeira. Refletida no espelho, atrás da noiva, vê-se a imagem diabólica de um ser monstruoso que, embora não esteja no quarto, toca o ombro da noiva. E, à direita, uma porta por onde se vê outra porta, que parece estar semi-aberta. Os elementos do quadro sugerem o ser diabólico como parte integrante da imagem do casamento e a porta como uma possibilidade de escape. Esse trabalho permite uma interpretação de que as recorrentes cenas de noivas e casamentos, na produção da artista, não sejam um elogio à tradição, mas uma visada crítica da instituição.

Ao longo de 40 anos de atividade artística, Miriam Inêz desenvolve uma produção que evidencia um humor malicioso e crítico, na qual é possível encontrar o prazer das celebrações, do amor, da alegria, mas também violência, opressão e conflito. Um trabalho singular e complexo, que retrata os conflitos micropolíticos do processo de modernização do Brasil.

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