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O agbê é um instrumento de profunda tradição religiosa, originário do oeste da África e trazido ao Brasil pelos africanos escravizados. Na África, é frequentemente chamado de xequerê, enquanto no Brasil se relaciona intimamente com as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Sua popularidade cresceu através dos afoxés, manifestações religiosas que ocorrem nas ruas, e, na década de 90, o agbê foi incorporado ao maracatu.
Além de seu valor musical, o agbê se tornou um símbolo de empoderamento feminino, uma vez que é frequentemente tocado por mulheres, o que contribuiu para a formação de importantes grupos de pressão feminista.
A cabaça, fruto de mais de 900 espécies catalogadas, também carrega significados profundos. Na cultura indígena, acredita-se que o som das sementes dentro da cabaça seca tem o poder de afastar espíritos malignos. Na África, a cabaça é um símbolo do feminino e da fertilidade, e nas religiões afro-brasileiras representa a união dos universos masculino e feminino, simbolizando a totalidade.
Acredita-se que abrir uma cabaça é como abrir um portal para um novo mundo, um novo universo. Sua história é repleta de poesia; simbolicamente, a parte superior da cabaça representa o céu, o sol, a lua e as estrelas, enquanto a parte inferior simboliza a terra, o mar e os rios. O encontro dessas duas esferas é considerado sagrado, espiritual e portador de prosperidade. Essas narrativas ricas têm sido transmitidas oralmente por muitas gerações, perpetuando seu significado e relevância na cultura.
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